segunda-feira, 22 de março de 2010

Cães

Cão ou cachorro (Canis lupus familiaris[1]) é um mamífero canídeo e talvez o mais antigo animal domesticado pelo ser humano. Teorias postulam que surgiu da domesticação do lobo cinzento asiático pelos povos daquele continente há cerca de 100.000 anos.[2][3] Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães pelas suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamentos. O resultado foi uma grande variedade (mais de 400 raças[3]) canina, que actualmente são classificadas em diferentes grupos ou categorias. O vira-lata (Brasil), ou rafeiro (Portugal) é a denominação dada aos cães sem raça definida, SRD, ou mestiços, descendentes de diferentes raças.

O cão é um animal social que na maioria das vezes aceita o seu dono como o “chefe da matilha” e possui várias características que o tornam de grande utilidade para o ser humano, possui excelente olfacto e audição, é bom caçador e corredor vigoroso, é actualmente omnívoro, é inteligente, relativamente dócil e obediente ao ser humano, com boa capacidade de aprendizagem. Desse modo, o cão pode ser adestrado para executar grande número de tarefas úteis ao homem, como cão de caça; pastorear rebanhos; como cão de guarda para vigiar propriedades ou proteger pessoas; farejar diversas coisas; resgatar afogados ou soterrados; guiar cegos; puxar pequenos trenós e como cão de companhia. Estes são alguns dos motivos da famosa frase: "O cão é o melhor amigo do homem". Não se tem conhecimento de uma amizade tão forte e duradoura entre espécies distintas quanto a do humano e do cão.

 

Cães

Origem e evolução

Origem

É quase certo que o cão originou-se do lobo cinzento ou de outra espécie de Canis lupus[4]. Isso significa que o cão doméstico surgiu do lobo e que deste é, no máximo, uma raça ou variedade ou uma subespécie. Por causa disso, o antigo nome científico do cão Canis familiaris, dado por Carolus Linnaeus em 1758, foi trocado para Canis lupus familiaris.

 

Ancestrais e a história da domesticação

As origens do surgimento do cão doméstico baseiam-se em suposições, por se tratar de ocorrências de milhares de anos atrás. Uma das teorias é a de que os cães domésticos surgiram há 10.000 anos atrás por seleção artificial de filhotes de lobos cinzentos e chacais que viviam em volta dos acampamentos humanos[carece de fontes?] pré-históricos, alimentando-se de restos de alimentos ou carcaças deixadas como resíduos pelos caçadores-colectores. Os seres humanos perceberam que havia certos lobos que se aproximavam mais do que os outros e reconheceram certa utilidade nisso, pois eles davam alarme da presença de outros animais selvagens, como outros lobos ou grandes felinos. Eventualmente, alguns filhotes foram capturados e levados para esses acampamentos humanos, na tentativa de serem criados ou domesticados.

Com o passar do tempo, os animais que, ao atingirem a fase adulta, se mostravam ferozes, não aceitando a presença humana, eram descartados ou impedidos de se acasalar. Deste modo, ao longo do tempo, houve uma seleção de animais dóceis, tolerantes e obedientes ao ser humano, aos quais era permitido o acasalamento e que, quando adultos, eram de grande utilidade, auxiliando na caça e na guarda do acampamento. Isto levou eventualmente à criação dos cães domésticos.

Deste modo, postula-se que muitas das características dos cães, como a lealdade ao dono e o instinto territorial e de caça, foram herdados do comportamento em alcateia característico do lobo. Diz-se também que a importância do cão para o ser humano seja muito maior do que imaginamos. Ou seja, com o mesmo a auxiliar na caça e a vigiar acampamentos, o ser humano teve oportunidade de desenvolver a fala, entre outros atributos e superar o robusto Homem de Neanderthal

Os cães aparecem em pinturas pré-históricas de cavernas, em cenas de caça. Através da Arqueologia, foram encontrados inúmeros objectos com cães como motivos decorativos, tais como cabos de faca entalhados com o desenho de um cão com coleira.

Na Mitologia egípcia do Antigo Egipto, os cães também eram mumificados para a representação de Deuses. Neith, esposa de Rá, é a deusa da caça que abre os caminhos, que tem por animal sagrado o cão.

As diferenças entre as raças de cães já eram aparentes na Antiguidade. No Império Romano, os grupos caninos já tinham as suas características básicas similares às de hoje. Molossos, spitzs, pastores, entre outros já eram selecionados por suas aptidões e estrutura. Foram encontradas placas nas casas de Pompéia, com a inscrição cave canem (cuidado com o cachorro), explicitando que os cães já eram utilizados por aquele povo como guardiões, denotando a sua diversidade funcional.

Desde a Idade Média, a imagem do cão encontrou lugar de destaque nos brasões de grandes famílias e também na heráldica.

 

Desenvolvimento das raças caninas

Cães tem sido criados em uma variedade de formas, cores e tamanhos tão grande que a variação pode ser ampla mesmo dentro de uma só raça, como acontece com esses Cavalier King Charles Spaniel.

Existem mais de 800 raças de cães, reconhecidas por vários clubes em todo o mundo. Muitos cães, especialmente fora dos Estados Unidos da América e da Europa Ocidental, não pertencem a nenhuma raça reconhecida. Há alguns tipos básicos de raça que têm evoluíndo gradualmente seu relacionamento com os seres humanos ao
longo dos últimos 10.000 anos ou mais, mas todas as raças modernas são, relativamente, derivações recentes. Muitos destes são o produto de um deliberado processo de seleção artificial. Devido a isto, algumas raças são altamente especializadas, e há extraordinária diversidade morfológica entre diferentes raças. Apesar destas diferenças, os cães são capazes de distinguir cães de outros tipos de animais.

 

A definição de uma raça canina é uma controvérsia. Dependendo do tamanho da população original de fundadores, raças de pool de genes fechados podem ter problemas de endogamia, especialmente devido ao efeito fundador. Criadores de cães estão cada vez mais conscientes da importância da genética das populações e da manutenção de diversos pool de genes. Algumas organizações definem uma raça mais vagamente, de tal forma que um indivíduo pode ser considerado de uma raça, enquanto 75% da sua filiação é de outra raça.

Vira-lata ou Rafeiros (também chamados de "SRD" - de "Sem Raça Definida") são cães que não pertençam a raças específicas, sendo misturas na variante mais de duas percentagens. Sem raça pura cães e cães são adequadas tanto como companheiros, os animais de estimação, cães de trabalho, ou concorrentes no cão esportes. Às vezes diferentes raças de cães são criadas deliberadamente, a fim de criar inter-raças, como o Cockapoo, uma mistura de Cocker Spaniel e Poodle Miniatura. Esses tipos de cães podem exibir um certo grau de vigor híbrido e de outras características desejáveis, mas podem herdar qualquer uma das características desejadas dos seus pais, tais como o temperamento ou de uma determinada cor ou tipo de pêlo. Sem análises genéticas dos pais, os cruzamentos podem acabar por herdar defeitos genéticos que ocorrem em ambas as raças parentais.

A raça é um grupo de animais que possui um conjunto de características hereditárias que a distingue de outros animais dentro da mesma espécie. Cruzar duas ou mais raças é também uma forma de criação de novas raças, mas é apenas uma raça quando haver descendência de um determinado conjunto de características e qualidades.

 

Características

Devido a grande variedade de raças existentes as características dos cães são diversas. Um cão pode ter de 1 kg até cerca 70 kg, variando de acordo com a sua raça.[5]

 

Os sentidos dos cães

Os cães pertencem a família dos canídeos, da qual fazem parte também, os lobos. Esta família de predadores possui sentidos apurados para a captura de presas e para proteção da matilha[6].

* Olfato

O nariz super sensível de um cachorro.

Os cães possuem trinta vezes mais sensores olfativos que um ser humano. Tal capacidade apurada permite a um cão adestrado/policial, por exemplo, localizar drogas, minas terrestres e pessoas sob escombros.

* Audição

O cão é capaz de ouvir sons quatro vezes mais distantes que o homem. O animal é capaz ainda de ouvir ultra-sons que chegam até 60kHz, considerados inaudíveis para o ser humano (que os escutam até 20kHz, por exemplo).

* Visão

A visão noturna dos cães é muito mais apurada que a dos humanos. Seu ângulo de visão também é mais amplo, devido a posição de seus olhos, localizados ao lado da cabeça. Os cães, assim como todos os mamíferos não-primatas, são ditos dicromatas e não conseguem enxergar a cor verde e vermelho.

 

Tamanho

* A raças mais altas são o Dogue Alemão e o Irish Wolfhound, cuja estatura varia entre os 90 cm e um metro.

* A raça de cão mais pesada é o Mastiff Inglês, que ultrapassa facilmente os 110 kg.

* A menor raça de cão-de-guarda é o Pinscher Miniatura.

* A menor raça de cães do mundo é o Chihuahua.

 

 

Grupos de raças caninas

De acordo com a CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), órgão filiado ao FCI (Fédération Cynologique Internationale), existem onze grupos de raças no Brasil:

* Grupo 1: Cães pastores e Boiadeiros (exceto Boiadeiros suíços)

* Grupo 2: Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses suíços e raças semelhantes

* Grupo 3: Terrier

* Grupo 4: Dachshunds

* Grupo 5': Spitz e cães do tipo primitivo

* Grupo 6: Sabujos farejadores e raças semelhantes

* Grupo 7: Cães apontadores ou Pointers

* Grupo 8: Cães d'água, Levantadores e Retrievers

* Grupo 9: Cão de companhia

* Grupo 10: Lebréis ou Galgos

* Grupo 11': Raças não reconhecidas pela FCI, como American Pit Bull Terrier, Dogue brasileiro, Ovelheiro Gaúcho e o Bulldog Americano, entre outros.

Vira-lata (Brasil), ou rafeiro (Portugal) é a denominação dada aos cães ou gatos sem raça definida, SRD, como são geralmente referenciados em textos veterinários. Geralmente os cães e gatos considerados sem raça definida são mestiços, descendentes de diferentes raças.

 

Relacionamento com o homem

"De todos os animais que conhecemos é o cachorro o que mais se uniu a nós. Sejam príncipes que lhe dão farta comida e leito de plumas, ou mendigos que dormem ao relento e só podem oferecer-lhe uma pequena parte das suas próprias migalhas, idêntica é a sua afeição e dedicação, e com igual amor lambe a mão ornada de jóias e os dedos trêmulos, consumidos de doenças e fome."

Théo Gygas, em "O cão em Nossa Casa"

 

Algumas raças de cão possuem características específicas que os fazem se destacar em algumas tarefas. Para desenvolver mais estas características os cães normalmente são domesticados e adestrados para obedecerem ao dono e para reagir corretamente a determinadas situações. Segue abaixo alguns usos dos cães pelo homem.

* Cão-Guia de Cego - um cão adestrado para guiar pessoas cegas ou com deficiência visual grave, ou auxiliá-los nas tarefas caseiras.

* Cão-ouvinte- um tipo específico de cão para assistência, especificamente seleccionado e treinado para ajudar os surdos, ou deficientes auditivos, alertando o seu manipulador de sons importantes, tais como campainhas, alarmes de incêndio, toque de telefones, ou alarme de relógio. Eles também podem trabalhar fora de casa, alertando para sons tais como a sirenes, empilhadores, aproximação de pessoas por trás do surdo, e o chamamento do nome do manipulador.

* Cão de guarda - é um cão empregado em guardar ou vigiar contra animais ou pessoas indesejáveis ou inesperadas.

* Cão de caça - se refere à qualquer cão que dê assistência à humanos na caça. Tem vários tipos de cães de caça desenvolvidos para muitas tarefas que os caçadores requerem que eles executem. As principais categorias de cão de caça incluem hounds, terriers e perdigueiros. Entre esses existem divisões de acordo com as habilidades que o cão possui.

* Cão de companhia - geralmente designa um cão que não trabalha, proporcionando apenas companhia como um animal doméstico, ao invés de fazer tarefas específicas com algum propósito importante.

 

Cães na cultura humana

Ao longo da história da humanidade, muitos cães vieram a ter destaque por acções heróicas, como exemplo de fidelidade aos donos ou mesmo a fama por figurar nos media. De entre os cães mais famosos, contam-se:

* Balto - cão vira-lata (metade husky siberiano, metade lobo), herói no Alasca em 1925;

* Barney - scottish terrier de George W. Bush;

* Barry - cão são-bernardo, herói nos Alpes suíços de 1800 a 1812, tendo salvado ao longo de sua vida mais de 40 pessoas perdidas na neve; seu corpo está embalsamado em um museu em Berna e Barry foi homenageado com uma estátua em Oslo [1];

* Beautiful Joe - mestiço de fox terrier e bull terrier e inspiração para o best seller de mesmo nome;

* Blondi - cadela pastor alemão de Adolf Hitler;

* Fala - animal de estimação de Franklin Roosevelt;

* Laika - cadela rafeira russa, primeiro ser vivo a entrar em órbita espacial.

* Marley - Do livro e do filme Marley e Eu;

* Moose - cão da raça jack russel terrier, intérprete do personagem Eddie do seriado Frasier;

* Pickles - cão que desvendou o desaparecimento da Taça Jules Rimet, na Inglaterra, em 1966;

* Snuppy - o primeiro cão clonado

 

Na mitologia

* Cérbero - cão monstruoso, com três cabeças, da mitologia greco-romana.

* Fenrir - um enorme lobo negro, filho do deus Loki, na mitologia nórdica.

* Skoll - filho de Fenrir, que perseguia o Sol para o destruir. mitologia nórdica.

* Hati - filha de Fenrir, que perseguia a Lua para a destruir. mitologia nórdica

* Argos - cão de Odisseu, da Odisséia de Homero, foi o único a reconhecer o dono quando esse voltou para casa, depois de ter ficado vinte anos fora, e morreu depois disso. mitologia grega.

* Hokou - Gobi - Besta de 5 caldas da mitologia japonesa também aparece no anime/mangá Naruto.

 

Na ficção

A ficção produziu inúmeros cães, que povoam desde a literatura, até ao cinema passando pela banda desenhada. De entre eles:

* 101 Dálmatas - filme da Disney de 1996.

* Banzé - filhote bagunceiro da Dama e do Vagabundo, do filme de animação da Disney Lady and the Tramp, de 1955;

* Bidu - o cão azul da raça schnauzer criado por Maurício de Sousa;

* Eddie - cão da raça jack russel terrier, personagem do seriado estadunidense Frasier;

* Fá - Cadela da personagem de Sofia Alves na telenovela O Teu Olhar , esta cadela criou grande impacto junto dos telespectadores da mesma novela.A cadela chegou a ser vitima de maus tratos num dos episódios da novela.

* Floquinho - cão da raça lhasa apso, criado por Maurício de Sousa;

* Fofão - personagem do programa infantil Balão Mágico.

* Fofo - o Cérbero cão de Rúbeo Hagrid, da série Harry Potter de J. K. Rowling.

* Idéiafix - minúsculo companheiro do Obelix;

* Lassie - cadela da raça collie (na verdade um macho) que protagonizava seriado de televisão e estrelou, em 1943, um filme ao lado de Elizabeth Taylor;

* Marley - Protagonista do filme e do livro escrito e vivido por Jonh Grogan, Marley & Eu (em inglês Marley & Me) mostra a construção de uma família ao lado do pior cão do mundo, com o maior coração de todos.

* Max - Max era o protagonista da série Inspector Max onde resolvia vários misterios.

* Milu - cão da raça fox terrier, companheiro de aventuras de Tintim;

* Nina - era a cadela inseparável de Clarinha (Filipa Maló Franco) na série Super Pai a cadela era da raça yorkshire terrier e apaixomou os telespectadores da série.

* Pelópidas - cão que acompanha os eus donos em várias aventuras e mistérios na série da tvi , O Bando dos Quatro;

* Pluto - cão da raça Bloodhound, companheiro de Mickey da Disney;

* Rin Tin Tin - cão da raça pastor alemão que estrelou a popular série de televisão dos anos 60, As aventuras de Rin Tin Tin;

* Scooby-Doo - personagem de desenho animado representando um cão da raça dinamarquês, criado no ano de 1969 por Iwao Takamoto;

* Snoopy - cão da raça beagle, personagem da história em quadrinhos Peanuts, criado por Charles Schulz;

* Totó - cão da série fictícia de o Mágico de Oz, do escritor norte-americano, L. Frank Baum, e que popularizou de tal forma este nome que passou praticamente a sinónimo deste animal;

Cães de trabalho: quem são eles?

caesdetrabalhoVocê fica desesperado quando chega uma visita na sua casa e o seu cão pula em cima dela, e quer brincar de qualquer jeito? Ele fica eufórico, corre para todo lado e não pára até se sentir exausto. Sem contar os dias que ele parece encasquetar com alguma coisa e não desiste até conseguir.

Não se desespere… você pode ter em sua casa um cão de trabalho!

O cão de trabalho trabalha em quê?

Se o seu cachorro é agitado demais, teimoso, e te ama tanto que chega a te derrubar de tanto amor, saiba que estas são características perfeitas de um ótimo cão de trabalho.

Isso não quer dizer que você deve arrumar um emprego pro seu cachorro…

Na verdade, os “cães de trabalho” são animais que herdaram características voltadas ao trabalho, como o Border Collie que adora pastorear, o Labrador, o Retriever e outros que sentem prazer ao trabalhar e ajudar seu dono, mesmo que estejam cansados, ou sendo uma tarefa muito difícil e demorada de ser concluída.

Desempregado

O problema é quando o cão de trabalho não tem o que fazer… aí ele vira essa bomba de excitação que deixa o dono em pânico quando explode. Mas não se preocupe… Aí vão algumas dicas que podem ajudar a descarregar tanta energia sem maiores estragos.

Dicas para o desocupado

A primeira é: não deixe o seu cão descobrir que gosta do que ele foi feito para gostar!

Pode parecer coisa de doido, mas se você evitar, por exemplo, que seu labrador saiba como é gostoso deitar no chão molhado, ele não vai virar a vasilha de água pra se refrescar. Mas como fazer isso? Arrume uma vasilha, daquelas bem pesadas, muito fáceis de encontrar em qualquer Pet Shop, ou então fixe a que você já tem em casa no chão. Assim o seu cachorro jamais descobrirá o quanto é bacana ficar todo molhado, e você não vai ter que limpar toda a bagunça dele e ainda tomar aquela bronca da sua mãe.

Outra forma é ajudar o cachorro a canalizar essa energia em outras atividades que não sejam exatamente pular em você ou em sua visita o tempo todo. O intuito é satisfazer pelo menos uma parte das necessidades do cão de trabalho.

Por exemplo: se o seu cachorro fica muito excitado quando você chega em casa, pode ser ensinado a correr bastante em volta do sofá da sala para extravasar toda essa ansiedade. Ou então, pode ser incentivado a trazer uma bola na boca para mastigar, ao invés de abocanhar a canela do seu namorado novo ou mastigar suas roupas.

domingo, 21 de março de 2010

Lidando com a gravidêz piscológica

A cadela começou a raspar cantinhos da casa, simulando cavar? Protege uma área ou objeto? Fica ansiosa e choraminga? Atitudes como essas, aliadas a uma eventual falta de apetite, podem indicar gravidez psicológica caso não tenha ocorrido acasalamento. Alexandre Rossi explica o que se pode fazer quando a gravidez é psicológica

A gravidez psicológica, ou pdeudociese, ocorre em mais de 50% das cadelas não castradas. Além das mudanças comportamentais, ela causa alterações físicas, como o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção de leite, chegando a surpreender muitos proprietários. Como isso foi acontecer se a fêmea nem esteve com um macho?

Como surge?
Do ponto de vista fisiológico, a gravidez psicológica é um engano do organismo. É gerada por alterações hormonais, capazes por si só de influenciar o comportamento e o desenvolvimento de tecidos mamários. Portanto, para que a “gravidez” ocorra, não é preciso haver filhotes no útero.

A confusão parece acontecer quando diminui bruscamente o hormônio progesterona, presente durante o cio e por mais dois meses. Quando a cadela está para dar a luz, cai o nível de progesterona, o que estimula a produção do hormônio prolactina. A prolactina, por sua vez, age no tecido mamário, podendo ativar a produção de leite e também causar o comportamento maternal. É comum as cadelas desenvolverem gravidez psicológica após a castração, se realizada até três meses depois do início do cio. Com a retirada dos ovários, que produzem a progesterona, há a interrupção da produção desse hormônio e a liberação da prolactina pela hipófise, localizada no cérebro.

Por que é comum?
À primeira vista, fica difícil imaginar como a gravidez psicológica se tornou comum na espécie canina. Mas, se pensarmos numa alcatéia (grupo de lobos), a coisa fica mais fácil. Nela, só os indivíduos dominantes costumam se reproduzir. E eles, tanto os machos como as fêmeas, são também os melhores e mais corajosos caçadores.


As lobas não dominantes que desenvolviam gravidez psicológica podiam cuidar, com perfeição, dos filhotes das fêmeas dominantes, já que apresentavam os comportamentos necessários para tal, e até amamentavam. Graças a essa ajuda, as fêmeas dominantes podiam caçar e conseguir alimento para o grupo. Com isso, as fêmeas que cuidavam dos filhotes se aproximavam afetivamente da líder e desenvolviam um bom relacionamento com a próxima geração. E ser influente numa alcatéia é importante para a sobrevivência e para a escalada hierárquica.

O que fazer?
Quando ocorre a gravidez psicológica, há quem deseje interrompê-la para a cadela voltar logo ao normal. Medicamentos que inibem a prolactina fazem cessar rapidamente a produção do leite e o comportamento maternal.


Sem medicação, a gravidez psicológica costuma terminar em duas semanas. Alguns proprietários preferem aproveitar essa fase para admirar o comportamento materno das suas cadelas. Apreciam vê-las adotar e proteger os filhotes imaginários, na forma de bichos de pelúcia, de bolinhas e até de controle remoto de TV! Uma das atitudes destinadas à proteção dos filhotes é cavar – serve para lhes preparar uma toca.

Devemos retirar os filhotes imaginários?
Algumas pessoas, para impedir que a cadela adote objetos, têm atitudes como tirá-la do cantinho que escolheu e esconder seus brinquedos. Tais procedimentos podem aumentar a ansiedade da cadela e estimular comportamentos compulsivos. Deixá-la a vontade é a maneira mais respeitosa de lidar com a situação.

Evitar agressividade
A cadela pode ficar com ciúme dos filhotes imaginários e se tornar agressiva para protegê-los. Mostre que você não irá roubá-los. Para isso, ao se aproximar dela, ofereça um petisco ou brinquedo. A maioria das fêmeas deseja a aproximação de alguém que, além de não ser ameaça, traga coisas gostosa.

Complicações com as mamas
O aumento das mamas é normal durantes a gravidez psicológica e o leite produzido acaba sendo reabsorvido pelo corpo da fêmea. Mas às vezes ocorre a mastife – inflamação nas glândulas mamárias. Por isso, se surgirem carocinhos, dores ou pele avermelhada, não deixe de consultar um médico-veterinário. A produção de leite pode aumentar ou durar mais tempo se as mamas forem estimuladas. É melhor, portanto, evitar manuseá-las. E se a cadela praticar auto-sucção das mamas, pode ser recomendado impedi-la com um colar elisabetano (posto em volta do pescoço torna impossível o contato da boca com o próprio corpo).

Dicas para o cão não subir nos móveis

Os cães sobem nos móveis ou porque foram ensinados ou porque são recompensados ao subirem. Quando o cão pula no sofá, por exemplo, além de conseguir a nossa atenção, o próprio sofá o recompensa, pois torna a sonequinha do bicho superconfortável. O truque é impedir que ele seja recompensado ao pular. Mas como evitar que aquele sofá macio, gostoso de deitar, não torne a soneca do seu cão mais agradável? Aí vai uma dica: coloque algo que deixe o móvel desconfortável. Tiras de fita adesiva viradas pra cima assustam o cachorro, pois, quando ele as toca, ficam presas no pêlo dele, causando uma sensação de desconforto. Depois disso, o cão não tentará subir no sofá por algum tempo. Uma outra saída é colocar papel filme – do tipo que serve pra vedar pratos de comida – sobre o sofá. Mas cuidado com os cães que costumam comer tudo que vêem pela frente, pois pode fazer mal… Nesses casos, procure estar perto para evitar que o cachorro engula o plástico ou as fitas.

Dicas para o cão não pular nas pessoas

Este é um problema muito fácil de ser resolvido, a dificuldade só existe quando os proprietários tentam corrigi-lo da maneira errada. Ao longo da convivência, os cachorros aprendem que pular nas pessoas é uma das melhores táticas para conseguir atenção. A maioria dos proprietários passa anos dando broncas no cão para que ele pare de pular e não entende por que ele não pára… A explicação é simples: quando o dono dá bronca no cachorro, também está dando atenção a ele. O grande truque é punir o cão sem lhe dar atenção. Por exemplo: quando chegar em casa e ele pular em cima de você, simplesmente ignore-o e continue andando. Só lhe dê atenção quando ele estiver com as quatro patas no chão. Repita o exercício várias vezes e ignore o cachorro completamente até que ele permaneça no chão, só então se agache e faça carinho nele. Uma outra saída é segurar as patas da frente do cão assim que ele pular em você. Espere um pouco até que ele se sinta incomodado. Segure firme, mas não o machuque. Comece a andar na direção do cão, obrigando-o a andar pra trás. Solte-o e diga “Chão” seriamente. O segredo é não falar nada e nem olhar para o cachorro até o momento de soltá-lo.

Que faro!

Os cães são capazes de diferenciar e identificar odores que nós nem percebemos. Eles conseguem sentir pelo faro a presença de uma gota de sangue diluída em 20 litros de água, identificar rastros de pessoas mesmo passados vários dias, e dependendo do vento e das correntes de ar, até farejar o cio de uma fêmea a um raio de 2 quilômetros. É justamente por causa dessa tremenda capacidade que os cães são utilizados para detectar drogas, seguir trilhas deixadas por humanos, entre outras finalidades semelhantes. Os cachorros possuem cerca de 200 milhões de receptores para odores, enquanto nós temos apenas cerca de 5 milhões, ou seja, 40 vezes menos do que os cães.

Por que os cães uivam?

O uivo dos cães vem dos seus ancestrais, os lobos. É uma maneira de comunicação e, normalmente, serve para reunir o grupo. Segundo estudos, através do uivo, os lobos não só eram capazes de saber o número de membros que compunha determinado grupo, como também de reconhecer suas vozes. Por isso, por mais que os cães de um bairro nem se conheçam “pessoalmente”, reconhecem o uivo de seus vizinhos. Existe a lenda de que os cachorros uivam mais em uma determinada época do ano… Mas, na verdade, os cães costumam uivar nas noites mais silenciosas, provavelmente por conseguirem ouvir uivos mais distantes, pois não há interferência. O que também motiva os uivos é o cheiro de cadelas no cio, o qual os cães são capazes de sentir mesmo distante. Fatores como o vento e prédios ajudam a “canalizar” este odor provocando o uivo de praticamente todos os cachorros daquela região. A raça do cão também deve ser levada em consideração. Alguns são predispostos a uivar muito, como o Husky Siberiano.